22 janeiro 2014




todos estes anos, à espera de um regresso a atenas.
mas atenas já não existe - ou nunca existiu, diz alguém,
a não ser na tua/minha (nossa, caro leitor) cabeça.
não faz diferença. sabemos que a vida é cosa mentale,
como escreveu um homem que, bastante antes de nós,
sabia das coisas que nos fundam, essas coisas que nos
definem e à super-realidade. o resto? o resto é música lenta,
flores e alguns vícios. lá fora, nem cedo, nem tarde. e eis
que ela - como tu - está de regresso ao banco de jardim
onde me afundo e de onde te escrevo este save our soul,
qual barcaça à espera de mar, à espera da cartografia
que a conduzirá, enfim, a atenas. mas atenas já não existe.