quando se faz fotografia, mais cedo ou mais tarde, deparamo-nos com a técnica da dupla exposição. por sobreposição, em linguagem simples, criamos imagens irreais, oníricas, uma espécie de 'não-mundo', um limbo, que nos obriga a suspender o disbelief mais racional. é curioso, irónico, perturbante, que a dupla exposição - a acumulação de reais, portanto - resulte em algo que não existe, fantasmático. como se o excesso de factos criasse uma descontinuidade; como se a adição excessiva de realidades parciais nos conduzisse a um câmara de salvação - restaurando em nós essa fundamental capacidade de acreditarmos em novos mundos.
eu não sou fotógrafo. nem filósofo. mas gosto de ti na mesma - ainda que te saiba irreal, por resultares de um absurdo excesso de real.
eu não sou fotógrafo. nem filósofo. mas gosto de ti na mesma - ainda que te saiba irreal, por resultares de um absurdo excesso de real.
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