16 abril 2011



talvez ele seja o maior actor francês vivo. não sei, mas sei que vi quase todos os seus filmes, nesta última década. talvez este video, esta canção, a feliz conjugação infeliz de ambas, nos falem de um homem mutilado, defeituoso - de um homem avariado. talvez tenha sido uma poeta portuguesa que disse que "ninguém morre de desejo, mas nunca se regressa igual". talvez seja do calor estival desta tarde de sábado, do carro cruzando o ribatejo, da cabeça a 200 à hora (da pele já não sabemos dizer - melhor nem pensar nisso, se calhar..). talvez seja de tudo isto ou de nada disto ou a propósito disto. talvez haja uma irredutibilidade ilógica qualquer. uma alquimia própria dos que acreditam que a sorte governa o mundo e que a sorte está sempre noutro lado. chet baker dizia que estava ali uma estrela a brilhar, mas não para ele. quem sabe de que nos falava chet, o actor lá de cima, o stuart dos tindersticks, a tal poeta portuguesa, o chilrear dos passarinhos esta tarde, as melodias próprias da amizade que hoje me deu mais do que porventura mereço. talvez. ninguém sabe. por isso, na dúvida, brindemos à certeza mais louca: hei-de escrever sobre a tua pele. e não há-de ser um tratado sobre dermatologia, antes uma especiosa experiência botânica. este sol mata-me o juízo, está visto. (vivesse eu como escrevo, ao menos..)

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

..vivesse eu, também..e em insuspeitas clareiras nasceriam indomáveis pequenas flores..

domingo, abril 17, 2011 1:18:00 da manhã  

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