02 abril 2011

diz a miúda à mãe, depois do homem que as visitara sair e a costa ficar, outra vez, segura, por assim dizer: "estava impecável for fora, mas não por dentro. onde pára o brilho dos seus olhos?".
diz saramago, através de um circunstancial pacotinho de açúcar: "sempre chegamos ao sítio onde nos esperam", e diz-nos isto agarrado à sua pilar, olhando ambos o horizonte em frente.
toda a metafísica está na exacta intersecção entre o olhar de uma menina de dez anos e as palavras incandescentes de alguém que nunca apreciámos.
justiça poética, justiça divina - ou uma poética há muito devida.
crateras.