'fim - o que resta é sempre o princípio feliz de alguma coisa.'
agustina bessa-luís
num jardim às (amor)eiras
abrir o e.mail pela manhã
e sentir a brisa inundar o rosto
mistura de romã e de hortelã
com a luz em zénite de agosto.
rimas forçadas porventura
recomendando mais juízo,
mas a poesia é aventura
e tudo o mais que é preciso.
falo, claro, metaforicamente,
querendo antes dizer Poesia.
repara: uma só letrinha diferente
e falamos já de quase magia.
vistas abertas para o mar
janela-vida rasgada que sorri
afinal, diz a Agustina, terminar
pode ser via-sacra de alegria.
como se abríssemos de par em par
esta estranha coisa - a alma -
e ousássemos outra vez navegar
com toda a garra e toda a calma.
mais não sei dizer, queridas meninas,
que não tenha dito mil vezes no retrovisor:
frémitos, balas, palmas e salvas,
tudo apenas declinações óbvias deste
infinito e delicado, terno e eterno,
Amor de Inverno - sempre em flor.
em lisboa, lá estarei.
so help me our lord of the little precious things.
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