14 dezembro 2010

10+1 Filmes do meu 2010

Estrela Cintilante, de Jane Campion

(ultra-romantismo doentio ou beleza transcendente? - filmado de forma bela e pungente)

Greenberg, Noah Baumbach

(misogenia radical ou aguçado instinto de defesa? - filmado com secura e rugosidade)

Tudo Pode Dar Certo, Woody Allen

(idem, idem, aspas aspas - mas aqui filmado com verve e graça)

Polícia Sem Lei, Werner Herzog

(a descida aos infernos internos como caminho de redenção - filmado com viscosidade)

O Escritor Fantasma, Roman Polanski

(os tempos que correm ou de como já nem tem que existir um desfecho moral para nada - filmado com classe e de forma clássica)

O Laço Branco, Michael Haneke

(o micro é o macro e todos os fundamentalismos são essencialmente trágicos - filmado num preto e branco anacrónico e glacial)

Nas Nuvens, Jason Reitman

(um feel good movie about feeling not good at all - e filmado exactamente assim)

Um Homem Singular, Tom Ford

(a terrível solidão e a incapacidade da estética responder a desafios existenciais - filmado com perfeito e impossível bom gosto)

As Ervas Daninhas, Alain Resnais

(a loucura como um grão no mecanismo do quotidiano, uma pitada de imaginação e despertamos o feroz instinto da liberdade - filmado com uma vitalidade luminosa, terna e ligeiramente desbragada)

Eu Sou o Amor, Luca Guadagnino

('a medida do amor é o amor desmedido' - filmado como se antonioni e visconti tivessem nascido na Itália de hoje e realizado o filme a meias)

+

Lola, Brilllante Mendoza

(o amor de mãe só é ultrapassado pelo amor de avó, essa espécie de superlativa dupla mãe - filmado como urgência e proximidade e um sopro qualquer)