tu que olhas para mim,
eu que olho para ti,
o instante em que nos cruzamos,
contra as leis do tempo e da probabilidade,
este rectângulo digital,
oráculo que resta em tempo de deuses descrentes.
esse olhar teu em mim
e este olhar meu em ti,
faísca frenética,
metafísica amorosa ao final da tarde que finda,
algo fundo que nos afunda
e uma constelação que se acende.
nenhuma beleza se mede
por possibilidades ou lucros imediatos
- antes pela louca certeza
de que somos absolutamente possíveis,
como este nosso amor
entre quem morreu há décadas, tu,
e quem vive quase morto,
este metafórico e sulfúrico eu,
que ainda sou.
2 Comments:
(a neverending star(e)
.
'E amar-te. Assim. Como se a morte fosse em nós a última carícia.'
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