15 outubro 2010

cadernos andaluzes

IV. alhambra, setembro de 2010

a tabuleta, foi assim que a li (ou tresli):

"ao entrares aqui, esquece as agruras do mundo,
as injustiças do tempo e as desilusões dos homens.
porque este é o verdadeiro palácio, a chave do reino,
intemporal estrela que iluminará os céus dos teus descendentes."

nesses dias largos [como os braços do meu avô],
namorando noites serenas [como o rosto da minha avó],
protegido do mundo, e de mim próprio, [como no quarto da minha tia],
olhando só o futuro risonho [como tu, outrora]

só eu e o tempo, planando neste plano espaço,
semeando luminosas palavras.

umas (as palavras)
e outro (eu ou o tempo? eu ou o espaço?)
à procura de um laço
e de um regaço.