how ironic que o senhor douglas coupland - patrono de grande parte do zeitgeist pós-moderno - diga, em entrevistas recentes, que está do lado de fora da 'nuvem'. a nuvem quer dizer simplesmente 'cloud computing', essas buzzwords que descrevem o state-of-the-heart digital, um não-sítio virtual onde toda a informação está disponível, o tempo todo, a partir de qualquer local. este novo paradigma obrigou, pelos vistos, o nosso amigo douglas a repensar-se e a dizer-nos, mero feeling nosso, que há que escolher entre 'ter informação' e 'ter uma vida'. ele, ao que parece, escolheu ter uma vida. ou, pelo menos, está a tentar.
serve isto para dizer que me apetece imenso ter uma vida. talvez agosto seja mesmo um mês especial. apetece-nos mojitos - muitos -, 'silver lined landscapes, whatever it means..', escutar discos de jazz, rever a obra integral do senhor eric rohmer, não fazer nada, ficar pela dolce vita possível.
estou, portanto, a pensar se este blog continua ou se entra em suspensão. não seria a primeira vez, como porventura sabeis. é claro que me faz falta, enquanto instrumento de comunicação com o cosmos - e convosco; e comigo próprio. claro que sim. mas, por outro lado, há que escolher. e eu, se tiver mesmo que escolher, guio-me pelos preciosos conselhos do senhor coupland - é melhor ter uma vida, do que ter informação. algo assim. you see my point, i'm sure.
enquanto me não decido, vou andando por aqui. e por aí. e por ali. mas não pela 'nuvem'.. afinal, já chove em mim mais do que o suficiente.
(e não, desculpem-me, o facebook is not the answer.)
1 Comments:
Às vezes ter um blogue como o Flores de Inverno é ter uma vida.
E, de facto, o facebook não é a solução. Só em separado - a face and a book.
Até breve.
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