ainda sobre uma certa filosofia menos metafísica, importa reter aquela tirada do filósofo (
giorgio agamben, creio) que nos alerta para as agrururas, angústias, do homem moderno pacificado - como aceitar a rotina, a vida rasteirinha, como um bem? como encarar o fio dos dias como uma sequência de dias iguais? neste sentido, a tragédia surda do homem moderno, ocidentalizado e normalizado, é passar a vida oscilando entre um conjunto finito de momentos dramáticos - o ciclo de vida em todas as suas declinações físicas e emocionais - e o lastro subterrâneo contínuo de uma vida asséptica, monótona, repetitiva. o futebol, a música, os excessos hedonistas, representam o bálsamo possível, em tempos sem heróis, sem actos de bravura, sem medo instintivo, sem uma necessidade premente de sobrevivência. neste sentido, o último homem - de que nos falam pensadores contemporâneos - é o homem reduzido, cristalizado, amorfo. civilizado, enfim.
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