no canto do bolso, o livrinho vermelho gritando por london. no bolso do canto, o livrinho branco calando macau e tu, águia real outrora, rondando a presa da circunstância, estruturando o ângulo pelo qual alguma coisa mudará para sempre. a música da multidão que é sábado ciranda em teu redor sem te poder, contudo, ouvir - a paga que te dá, bem merecida, sentes. does not suffice pode querer dizer tanta coisa, tanta coisa. por exemplo: que desistes da presa de sábado à tarde, da ideia, do conceito, equação esdrúxula, binómio aplicado ao que interessa. jogas na antecipação, como essa gente que inunda o metro de londres e as ruas da macau outrora um bocadinho também tuas. essa gente que carrega aos ombros todos os corações de todos os sábados, e lembrar o rui e o seu memento por diana - tão morta agora quanto o nosso inferno amor. vícios de linguagem, pode-se aqui ver, que a metafísica pura anda arredia há muito, sabemos tão bem. does not suffice o frenesim agudo que te estremece, nem os olhos da menina da caixa em registo mecânico de simpatia profissional. e no entanto seus olhos são lindos e, como em london london, pensas em quem acolherá o seu corpo decerto cálido, pujante e pungente, como todos os corpos jovens que te passam rectas oblíquas (tangentes). deixas em paz e sossego o que remédio não tem, abandonas a centelha sentada num banco de jardim, à porta do centro comercial sem spleen possível, materialismo e nada mais, para diletantes sem ocupação. o teu coração - ou será outra coisa? - dispara em compasso estugado, coisa diversa do movimento certeiro que outrora a águia que eras lhe dedicaria com arte abstracta e ciência mais do que técnica. agora, partes dentro de ti, segues. stop stop. macau e london, lisboa é isso também, cidades dentro de uma cidade desmultiplicada. um dia, quando estiveres dentro de mim, naquele momento estelar, em que estarei dentro de ti, desferirás teu tiro febril e fatal, pequena sereia da caixa de supermercado - antes que faças, portanto, do cavalo de tróia uma estratégia infame e deja vu letal, arrumo-te eu a um canto, no mesmo banco que ficou lá atrás, nas linhas que falam desta lisboa, simulando londres, london, macau. pois é, donzela, esta vida está, como dizer-te, esta vida está está está mal - em português sem acordo ortográfico que a salve etc e tal. estamos nós, as cidades e a semântica, a falta de ar e de quântica - é como se em vez de natal nos servissem um arremedo estúpido de carnaval. e nós assobiamos. não achamos bem, convenhamos. mas também não achamos que esteja como está: m-a-l, soletrando portanto, dá qualquer coisa assim: estamos mal. mesmo mal. mesmo mal. que se lixe a páscoa e o entrudo, dom casmurro e as férias grandes, mais as férias de natal, que lixe passado, presente e futuro - welcome to dearland, nome outro para esta pátria imprópria, inerte e estuporada - vamos brincar a um futuro, aqui e agora, vamos brindar a portugal?
31 maio 2010
no canto do bolso, o livrinho vermelho gritando por london. no bolso do canto, o livrinho branco calando macau e tu, águia real outrora, rondando a presa da circunstância, estruturando o ângulo pelo qual alguma coisa mudará para sempre. a música da multidão que é sábado ciranda em teu redor sem te poder, contudo, ouvir - a paga que te dá, bem merecida, sentes. does not suffice pode querer dizer tanta coisa, tanta coisa. por exemplo: que desistes da presa de sábado à tarde, da ideia, do conceito, equação esdrúxula, binómio aplicado ao que interessa. jogas na antecipação, como essa gente que inunda o metro de londres e as ruas da macau outrora um bocadinho também tuas. essa gente que carrega aos ombros todos os corações de todos os sábados, e lembrar o rui e o seu memento por diana - tão morta agora quanto o nosso inferno amor. vícios de linguagem, pode-se aqui ver, que a metafísica pura anda arredia há muito, sabemos tão bem. does not suffice o frenesim agudo que te estremece, nem os olhos da menina da caixa em registo mecânico de simpatia profissional. e no entanto seus olhos são lindos e, como em london london, pensas em quem acolherá o seu corpo decerto cálido, pujante e pungente, como todos os corpos jovens que te passam rectas oblíquas (tangentes). deixas em paz e sossego o que remédio não tem, abandonas a centelha sentada num banco de jardim, à porta do centro comercial sem spleen possível, materialismo e nada mais, para diletantes sem ocupação. o teu coração - ou será outra coisa? - dispara em compasso estugado, coisa diversa do movimento certeiro que outrora a águia que eras lhe dedicaria com arte abstracta e ciência mais do que técnica. agora, partes dentro de ti, segues. stop stop. macau e london, lisboa é isso também, cidades dentro de uma cidade desmultiplicada. um dia, quando estiveres dentro de mim, naquele momento estelar, em que estarei dentro de ti, desferirás teu tiro febril e fatal, pequena sereia da caixa de supermercado - antes que faças, portanto, do cavalo de tróia uma estratégia infame e deja vu letal, arrumo-te eu a um canto, no mesmo banco que ficou lá atrás, nas linhas que falam desta lisboa, simulando londres, london, macau. pois é, donzela, esta vida está, como dizer-te, esta vida está está está mal - em português sem acordo ortográfico que a salve etc e tal. estamos nós, as cidades e a semântica, a falta de ar e de quântica - é como se em vez de natal nos servissem um arremedo estúpido de carnaval. e nós assobiamos. não achamos bem, convenhamos. mas também não achamos que esteja como está: m-a-l, soletrando portanto, dá qualquer coisa assim: estamos mal. mesmo mal. mesmo mal. que se lixe a páscoa e o entrudo, dom casmurro e as férias grandes, mais as férias de natal, que lixe passado, presente e futuro - welcome to dearland, nome outro para esta pátria imprópria, inerte e estuporada - vamos brincar a um futuro, aqui e agora, vamos brindar a portugal?
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