25 março 2010



uma coisa cortante entra no poema pelo início,
a semântica recorrente dissolve-se, está gasta,
é enxofre o que entra pela janela-precipício,
é fraca a moeda que o ácido tempo arrasta.

chumbo é a cor deste dia, inundação inteligente
mas não inteligível, saudades e pedra - basta -,
quando o que procuras é um sonho-que-é-gente,
nem mais, nem menos, a tua cidade dilacerada

reerguida, insurgente, ladina, uma mulher-cidade,
restituindo ao tempo traços roubados ao fúnebre nada.
uma coisa louca - insone, insana - linda de verdade
(arrancar a máscara negra, ousar o salto na passada.)

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

..chumbo é a cor deste dia, inundação inteligente
mas não (todo) inteligível, saudades e pedra..

a.manhã é outro dia

quinta-feira, março 25, 2010 9:11:00 da tarde  

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