15 janeiro 2010


jean seberg

se eu cantasse o amor sem resultado ou causa,
seria mais sensata: chegava-me uma lua de papel,
um par de braços lisos, conformados.
se eu cantasse o amor sem causa ou resultado,
tinha muito mais paz: fingida em luas-cheias,
seria muito mais sensata e decerto poeta bem melhor.
assim o que me resta é lua cheia a trans-
bordar de tridimensional. a paz a falhar toda
e eu resolvida em causa a insistir papel. e amor.


ana luísa amaral