(..)
faço isto para mim, para me certificar que há um equivalente visual para aquilo que sinto. (..) é um trabalho sobre um ser só que olha para os escombros, alguém que já não tem ilusões de que está a viver num mundo regido por falanges cinzentas e onde reina a delação e o pânico. este homem vai produzindo imagens surdas sobre o bolor, a fome e o frio. (..) é mais um trabalho de dissidência em relação à hipocrisia global que tenta vender a imagem da felicidade às pessoas. sinto-me só, sinto-me desiludido, mas por outro lado há uma espécie de serenidade interior por ter chegado a estas conclusões.
numa das fotografias da exposição, há um puzzle, onde se vê uma paisagem a que falta uma peça. que peça é esta?
sou eu. o mundo é como é e, embora não consiga mudar a paisagem do puzzle, aquilo que ainda posso fazer é não me encaixar nela.
paulo nozolino, em entrevista ao 'ípsilon', jornal 'público', acerca da sua mais recente exposição ('bone lonely'), sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
[não, não era eu a falar sobre a génese deste blog. mas, como na anedota, percebo a ideia..]
faço isto para mim, para me certificar que há um equivalente visual para aquilo que sinto. (..) é um trabalho sobre um ser só que olha para os escombros, alguém que já não tem ilusões de que está a viver num mundo regido por falanges cinzentas e onde reina a delação e o pânico. este homem vai produzindo imagens surdas sobre o bolor, a fome e o frio. (..) é mais um trabalho de dissidência em relação à hipocrisia global que tenta vender a imagem da felicidade às pessoas. sinto-me só, sinto-me desiludido, mas por outro lado há uma espécie de serenidade interior por ter chegado a estas conclusões.
numa das fotografias da exposição, há um puzzle, onde se vê uma paisagem a que falta uma peça. que peça é esta?
sou eu. o mundo é como é e, embora não consiga mudar a paisagem do puzzle, aquilo que ainda posso fazer é não me encaixar nela.
paulo nozolino, em entrevista ao 'ípsilon', jornal 'público', acerca da sua mais recente exposição ('bone lonely'), sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
[não, não era eu a falar sobre a génese deste blog. mas, como na anedota, percebo a ideia..]
3 Comments:
A mais depurada e simples beleza profunda do que é trágico, duro e real.
Uma exposição impressionante mas não impressionista!
Luis
estou a ver que ainda há quem ande atento, amigo luis.
sábias e certeiras palavras, as tuas - quer-me parecer.
um abraço,
gi.
Estou longe dessas eituras e foi num quase acaso que encontrei esta tua casa.
Tenho lido. relido sobre Paulo Nozolino. Ele apareceu-me depois do al berto, já há muito tempo. E impressionoui-me também.
Como gostava de ver essa exposição.
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