em 1964, o 'cinema novo' português tentava romper as estéticas dominantes (artes populares escapistas ou, o seu contrário, se assim pode dizer, o neo-realismo mais engagée).
fernando lopes filma, em 'belarmino', essoutro país, essoutra lisboa - um tempo que se sente ser já 'de passagem', à espera de um degelo qualquer -, de uma maneira diferente. a 'nouvelle vague' francesa era já influente (e subversiva, de certo modo) e mesmo o cinema americano enfrentava já o estertor do 'studio system' puro e duro. ecos de longe que chegavam ao rio tejo, apesar de tudo.
toda a gente mais ligada a estas coisas fala abundantemente de filmes como 'mudar de vida', 'verdes anos' (ambos de paulo rocha) ou neste mesmo 'belarmino', como marcos de uma viragem e, não raro, como influências determinantes para percursos artísticos posteriores. mas quantos os viram?
hoje, ao final da tarde, no 'instituto franco-português', no âmbito do 'festival de cinema francês', passa 'belarmino'. uma excelente oportunidade para acertar contas com a (nossa) história.
1 Comments:
O Belarmino. Bem que gostava de o ter conhecido, embora conheça por terceiros, que o mundo do boxe em Portugal é ínfimo. Uma figurona! O filme/documentário é brilhante.
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