30 setembro 2008




é tempo dos sons negros, mas, desta vez, não dos sons melancólicos e sombrios, antes da música negra feita na década de 70 por alguns dos seres mais luminosos que atravessaram a tal década que, dizem, foi esquecida pelo bom gosto. mas terá sido mesmo assim?

em casa, rodam por estes dias discos de autores como gil scott heron (o mestre da spoken word antes do tempo, sobre base musical de r&b, poeta político de intervenção), isaac hayes (mestre de uma soul orquestral e majestosa, uma espécie de sopro quente e épico) e curtis mayfield (mais ligado ao lado funk e r&b da música negra, para sempre associado às magníficas bandas sonoras do movimento cinematográfico conhecido como 'blaxpoitation' - tal como, aliás, o referido isaac hayes).

para a próxima, aparecerão george clinton (parliament, funkadelic e projectos correlativos), sly & the family stone, marvin gaye, o stevie wonder dos primeiros tempos, (em registos menos populares) visionários como sun ra, todo o universo de editoras como a motown, a stax, os sons de detroit e de chicago. um grande e merecido étecétera.

de vez em quando, há que fazer escolhas. mergulhar verticalmente. desta feita, apetece-me viver por dentro outro tempo, outro espaço, outro contexto. eram os anos setenta, o país era a américa (como antes se dizia, lembram-se?) e a música era um acelerador de partículas - fusão a quente, que é como a gente gosta.

black souls of the world unite and take over.