1. para quem sabe destas coisas, os 'red house painters' seriam uma escolha mais ou menos óbvia para o 'flores de inverno' ou para a 'estação de inverno'. se repararem bem, aqueles que acompanham estas coisas há quase dois anos, nunca por aqui (ou por ali) passaram estes senhores. dizer estes senhores é dizer mark kozelek, o líder desta banda de encartados 'sad-core-masters'. porque este é daqueles casos em que ele é a banda.
2. hoje, ao escrevinhar por aqui uns 'posts', lembrei-me, por alguma razão insondável, dos 'red house painters'. mas, de seguida, logo esqueci. e segui.
3. no único comentário aos 'posts' mais recentes, uma visita que anuncia sempre a primavera brindou-me(nos) com o videozinho acima. é uma extraordinária coincidência. e coisas extraordinárias merecem tratamento extraordinário - por isso mesmo, aqui estão, pela primeira vez, os 'red house painters'.
4. mas qual a razão para afastar os 'red house painters'? são, inclusivé, uma das bandas favoritas de um dos meus inspiradores - no caso da 'estação de inverno' -, o ricardo mariano, autor do nunca por demais elogiado 'vidro azul' (blog e programa de rádio, na RUC e, mais recentemente e muito merecidamente, na Radar).
5. digamos que o mark kozelek conheceu, em tempos, uma pessoa muito importante para mim. e que essa pessoa falou de mim ao mark kozelek. e que, algures nas muitas canções escritas desde esse dia por ele, intuo a presença dessa pessoa e.. a minha. esses meus dias de chumbo andam por ali. e convenhamos que olhar para um espelho deste calibre, amplificado para o mundo pelo talento de uma pessoa como o mark kozelek, não nos devolve uma imagem bonita. assusta. e muito.
6. para quem não se perde (ou algures no tempo se perdeu) nas delícias negras do 'sad core' (os modernos depressivos lentos, se quisermos uma definição apressada deste sub-género musical), para quem não liga a estas coisas, para quem nunca provou o sabor do chumbo.. estas palavras não dizem nada. este 'post' não é, pois, para vós. já para os outros, bem, para os outros, aqui fica mais um fantasma morto. mark, é tempo de saíres da gaveta dos fundos. já não tenho medo de ti e, no fundo do fundo, desse eu que, suspeito, retratavas, nesses teus dias pós-portugal, há uns bons anos atrás. esses tempos de mails transatlânticos, lembras-te? agora, já não importa(s). e ainda bem.
[nunca contei esta história a ninguém. se calhar, inventei-a. se calhar, não. se calhar, existo. se calhar, não.]
obrigado, primavera.
sim, o inverno.
2 Comments:
A Katy??
;)
abraço
(este texto também foi para mim)
abs
olá, abs.
não, não era essa katy, mas podia bem ser. outra katy, outra katy.. talvez sem nome, diluída em muitas canções e em muitas letras desse mark kozelek em registo mais a solo.
sim, no teu caso suspeitava que sim: o texto foi também para ti.
we'll never never walk alone.
flores,
gi.
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