16 maio 2008

bom fim-de-semana

quando o amor morrer dentro de ti,
caminha para o alto onde haja espaço,
e com o silêncio outrora pressentido
molda em duas colunas os teus braços.
relembra a confusão dos pensamentos,
e neles ateia o fogo adormecido
que uma vez, sonho de amor, teu peito ferido
espalhou generoso aos quatro ventos.
aos que passarem dá-lhes o abrigo
e o nocturno calor que se debruça
sobre as faces brilhantes de soluços.
e se ninguém vier, ergue o sudário
que mil saudosas lágrimas velaram;
desfralda na tua alma o inventário
do templo onde a vida ora de bruços,
a Deus e aos sonhos que gelaram.



ruy cinatti