02 maio 2008

homem de leste, meia-idade, sem ocupação,
calças rasgadas, nariz esmurrado, cara esfolada,
sangrando espécie de vida em demolição.

o país era o teu, meu estimado leitor,
o local era bem perto:
a mesma tua cidade
do croissant com pouco sal
e menos manteiga.
brincas à vida eterna,
numa existência meiga,
pensando que é assim
a 'vida com qualidade'.

segues em frente.
afinal
homem de leste não rima
com a tua insonsa preocupação:
viver a vida por controlo remoto
ou viver antes por procuração?

shaskespeare, se vivo,
daria voltas sobre si
num loop infernal
tantos séculos passados
e nada é mais dócil,
tudo é apenas igual.

william, que tal?