cabo verde: uma viagem sentimental 4
no dia da chegada da embaixada lusitana (dois altos funcionários do establishment português, eu e o meu querido amigo d.), o nosso anfitrião-general (o senhor x., figura de proa e de popa do establishment social praiense..), brindou-nos com um périplo pela noite creoula..
foi assim uma espécie de imersão total, uma ronda por 2/3 das capelinhas da cidade. nessa primeira noite-e-madrugada, começámos o tour por um barzinho curioso ('black cat'), típico de um semi-louco, no caso oriundo da europa de leste, que aos 30 anos se instala numa capital alternativa e estabelece-se por conta própria, erigindo um daqueles locais que têm um pé na europa (algures entre o pub inglês e o bistrot francês, pela decoração, iluminação e ambiente) e um pé em áfrica (pela frequênca e pela 'dinâmica' da frequência). o meu primeiro - e curiosamente último - jack daniels foi aí bebericado, sem medo do gelo made in cabo verde (começar logo a infringir os mandamentos, that's always a good start!).
depois, sempre saltaricando de carro, passámos pelo 'max' (entrar e sair, dado o ambiente demasiado 'enamorado' ou 'activamente observante' do local), pelo 'zero' (nem entrámos, a conselho do mestre de cerimónias). seguir-se-iam mais uns quantos locais, variando entre o fechado ('cockpit': o local mais moderno, no sentido ocidental, da cidade) e o inenarrável ('palace'). a meio, passagem e paragem pelo sítio mais feérico (e que, confesso, era o que este vosso amigo procurava como experiência).. a discoteca 'flampa' (que mereceria, dois dias depois, bis).
que dizer do primeiro impacto? algures numa zona que parecia de barracões industriais, mas que era ainda no centro da cidade, ergue-se uma estrutura paralelipípeda, com o tecto em rede (vendo-se o céu..!). o importante, contudo, é a fauna humana, sem ironias semânticas. na que já foi a casa de referência da noite local, há coisa de um par de anos, entrámos e, inesquecível, logo nos encontrámos num local hiper-povoado, sentindo de imediato poros e sentidos invadidos pelo power do kuduro angolano (penso que era), na sua vertente mais musculada, lançando fogo na pista de dança. fisicalidade à vista e à solta, numa espécie de dança sincopada e extremamente ritmada, como seria de esperar num país naquela latitude/longitude.. não aconselhável a almas mais sensíveis e a corpos mais estáticos!
ao final da noite, quase por acaso, esbarrámos e, ao fim de alguma negociação, lá entrámos numa festa privada no terraço de um pequeno prédio, com dj's, bar aberto e uma vista inspirada e inspiradora para a baía da cidade. era a 'noite das bruxas' e foi assim que, por entre disfarces de ocasião e figuras que viríamos a ver recorrentemente ao longo dos dias seguintes (espécie de frequência do lux possível, por aquelas bandas, para dar uma ideia), terminámos a nossa primeira noite. mergulhando enfim verticalmente na especificidade do halloween local, após um longo e curioso vôo planante pelos segredos da cidade nocturna.
sem máscara, sem vassouras voadoras, mas com um pedacinho de magia - e isso é o que procuramos em todas as noites, não é?
foi assim uma espécie de imersão total, uma ronda por 2/3 das capelinhas da cidade. nessa primeira noite-e-madrugada, começámos o tour por um barzinho curioso ('black cat'), típico de um semi-louco, no caso oriundo da europa de leste, que aos 30 anos se instala numa capital alternativa e estabelece-se por conta própria, erigindo um daqueles locais que têm um pé na europa (algures entre o pub inglês e o bistrot francês, pela decoração, iluminação e ambiente) e um pé em áfrica (pela frequênca e pela 'dinâmica' da frequência). o meu primeiro - e curiosamente último - jack daniels foi aí bebericado, sem medo do gelo made in cabo verde (começar logo a infringir os mandamentos, that's always a good start!).
depois, sempre saltaricando de carro, passámos pelo 'max' (entrar e sair, dado o ambiente demasiado 'enamorado' ou 'activamente observante' do local), pelo 'zero' (nem entrámos, a conselho do mestre de cerimónias). seguir-se-iam mais uns quantos locais, variando entre o fechado ('cockpit': o local mais moderno, no sentido ocidental, da cidade) e o inenarrável ('palace'). a meio, passagem e paragem pelo sítio mais feérico (e que, confesso, era o que este vosso amigo procurava como experiência).. a discoteca 'flampa' (que mereceria, dois dias depois, bis).
que dizer do primeiro impacto? algures numa zona que parecia de barracões industriais, mas que era ainda no centro da cidade, ergue-se uma estrutura paralelipípeda, com o tecto em rede (vendo-se o céu..!). o importante, contudo, é a fauna humana, sem ironias semânticas. na que já foi a casa de referência da noite local, há coisa de um par de anos, entrámos e, inesquecível, logo nos encontrámos num local hiper-povoado, sentindo de imediato poros e sentidos invadidos pelo power do kuduro angolano (penso que era), na sua vertente mais musculada, lançando fogo na pista de dança. fisicalidade à vista e à solta, numa espécie de dança sincopada e extremamente ritmada, como seria de esperar num país naquela latitude/longitude.. não aconselhável a almas mais sensíveis e a corpos mais estáticos!
ao final da noite, quase por acaso, esbarrámos e, ao fim de alguma negociação, lá entrámos numa festa privada no terraço de um pequeno prédio, com dj's, bar aberto e uma vista inspirada e inspiradora para a baía da cidade. era a 'noite das bruxas' e foi assim que, por entre disfarces de ocasião e figuras que viríamos a ver recorrentemente ao longo dos dias seguintes (espécie de frequência do lux possível, por aquelas bandas, para dar uma ideia), terminámos a nossa primeira noite. mergulhando enfim verticalmente na especificidade do halloween local, após um longo e curioso vôo planante pelos segredos da cidade nocturna.
sem máscara, sem vassouras voadoras, mas com um pedacinho de magia - e isso é o que procuramos em todas as noites, não é?
2 Comments:
Grande Gui! Que noite quente!!! o foste ao Lux local e tudo, ehe:) O cheiro da terra de lá deve ser de beber às "taçadas".
E os vestígios da presença portuguesa, como igrejas, palácios, a "casa do governador", praças... Está bem conservado? Fico sempre condoído quando vejo monumentos partidos, ainda mais quando pertencem à nossa história.
É tão bom estarmos com a alma cheia de mundo**
Deixo aqui um beijo especial de toda a família,que gosta MUITO de ti,MUITO de todos vós :))
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