lua (um plano para salvar veneza)
casper david friedrich
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sentei-me numa esplanada nas margens do grande canal e pedi uma coca-cola... é terrível chegar ao fim do século dos refrigerantes com esta INFINITA sensação de SEDE.
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o século vinte é um vasto DESERTO de poços de petróleo. perfurei o solo da minha terra mas o que me saiu foi um JACTO DE POEMAS.
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picasso morreu antes que pudesse levar a cabo o seu sonho, um ÚNICO fresco que ocupasse não a abóbada da capela sistina, mas a abóboda CELESTE.
fernando pessoa morrera muito antes numa clínica lisboeta, completamente ignorado, depoits de ter colocado um padrão com a CRUZ das quinas num dos areais de areia MAIS FINA do universo.
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todas as pessoas deixam uma marca indelével no século por onde passam, uma pegada na areia ou o nome escrito a letras de oiro no pedestal das estátuas. a ÚNICA marca que QUERO deixar é uma pequena MORDEDURA ATRÁS DA ORELHA.
jorge de sousa braga, in 'plano para salvar veneza'
(ou esta voz que fala por mim)
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