fractais
poema de amor
esta noite sonhei oferecer-te o anel de saturno
e quase ia morrendo com o receio de que não
te coubesse no dedo
poema em forma de delta
há rios
que são navegáveis
e navegam. é desses que eu gosto.
ainda anteontem ia a começar e já está. li de um trago, de um só fôlego, a 'poesia reunida', de jorge de sousa braga (assírio & alvim).
apetece-me colocar o livro - todo! - 'em linha'.
partilhá-lo convosco;
obrigar-vos, com suavidade, a mergulharem nestoutro continente afinal o mesmo.
a forma como o jorge decifra o mundo é
tocante
desarmante
profunda
- e, contudo, suave.
vamos pela mão.
as suas palavras ficam dentro de nós, agarram-se, agarram-nos.
vou pintar este jardim com as palavras dele, dar-lhe um retoque estival. deixar o verão entrar, mesmo que esta seja uma outra cartografia das estações.
agarra o verão, gi, agarra o verão - diria o sttau monteiro.
agarra o jorge, gi, agarra o jorge
agarra o gi, jorge, agarra o gi.
agarrem-se..
a greve dos controladores de vôo
não foi enxofre que caiu sobre sodoma, mas pólen. haverá alguma cidade que resista a uma tempestade de pólen?
vários rios têm alagado nos últimos tempos os serviços de psiquiatria, queixando-se todos eles do mesmo pesadelo: os jacintos de água doce.
passara quarenta anos de binóculos assestados, a seguir as migrações das aves e a tomar estranhos apontamentos num caderno. a última vez que foi visto voava a meia altura em direcção ao sul.
levaram-no ao serviço de urgência. perdera a fala subitamente. o médico que o assistiu veio a apurar que ligara as cordas vocais entre si para escapar da sua prisão interior.
esta noite uma nova estrela fez a sua aparição no céu da constelação de órion. nenhum dos observatórios astronómicos espalhados pelo globo resgistou o fenómeno. apenas uma criança negra que fugira da casa dos pais no harlem lhe sorriu.
esta noite sonhei oferecer-te o anel de saturno
e quase ia morrendo com o receio de que não
te coubesse no dedo
poema em forma de delta
há rios
que são navegáveis
e navegam. é desses que eu gosto.
ainda anteontem ia a começar e já está. li de um trago, de um só fôlego, a 'poesia reunida', de jorge de sousa braga (assírio & alvim).
apetece-me colocar o livro - todo! - 'em linha'.
partilhá-lo convosco;
obrigar-vos, com suavidade, a mergulharem nestoutro continente afinal o mesmo.
a forma como o jorge decifra o mundo é
tocante
desarmante
profunda
- e, contudo, suave.
vamos pela mão.
as suas palavras ficam dentro de nós, agarram-se, agarram-nos.
vou pintar este jardim com as palavras dele, dar-lhe um retoque estival. deixar o verão entrar, mesmo que esta seja uma outra cartografia das estações.
agarra o verão, gi, agarra o verão - diria o sttau monteiro.
agarra o jorge, gi, agarra o jorge
agarra o gi, jorge, agarra o gi.
agarrem-se..
a greve dos controladores de vôo
não foi enxofre que caiu sobre sodoma, mas pólen. haverá alguma cidade que resista a uma tempestade de pólen?
vários rios têm alagado nos últimos tempos os serviços de psiquiatria, queixando-se todos eles do mesmo pesadelo: os jacintos de água doce.
passara quarenta anos de binóculos assestados, a seguir as migrações das aves e a tomar estranhos apontamentos num caderno. a última vez que foi visto voava a meia altura em direcção ao sul.
levaram-no ao serviço de urgência. perdera a fala subitamente. o médico que o assistiu veio a apurar que ligara as cordas vocais entre si para escapar da sua prisão interior.
esta noite uma nova estrela fez a sua aparição no céu da constelação de órion. nenhum dos observatórios astronómicos espalhados pelo globo resgistou o fenómeno. apenas uma criança negra que fugira da casa dos pais no harlem lhe sorriu.
3 Comments:
Muito forte. Gostei logo do primeiro, o dos aneis de saturno. Lês boas coisas;)
olha, confere:
http://letrasdebabel.blogspot.com/2005/03/o-que-ando-ler-ex-citao-1.html
é o melhor comentário que te posso deixar aqui...
beijos
______________.
olá, abssinto
faz-se o que se pode, não menos.
sim, muito forte. muito bom, se porventura formos alguém para julgar o que quer que seja (não somos).
nos próximos tempos, recorrei a este senhor mais vezes.
um abraço para ti.
gi
--
olá, nan
já te sabia admiradora (sejamos simples: já sabia que gostavas) destas palavras-incendiárias-e-estranhamente-tranquilas. lembro-me que um dia disseste: 'é jorge de sousa braga. gosto'.
é bom, de vez em quando, voltar aos locais que nos são próximos.
conferido.
beijinho,
gi.
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