pele & coração (para o luis miguel nava)
ao deambular pelo superlativo jardim do meu amigo - liberdade poética que tomo emprestada - abssinto (esse maravilhoso blog que podem encontrar na coluna da direita, sob o nome 'foi em novembro que partiste'), reparei num mote retirado de um poema de luis miguel nava.
ao investigar um bocadinho, não só me recordei de que o seu espírito e o seu corpo um dia observaram as mesmas serras que serviram de esteio à minha infância e juventude (beira alta), como reparei na profusão das palavras 'coração' e 'pele' na sua poesia.
se repararem - e reclamo modéstia absoluta - no meu post imediatamente abaixo, verificam a curiosa presença dessas duas exactas palavras.
que nos diz luis miguel nava ? coisas assim:
retrato
a pele era o que de mais solitário havia no seu corpo.
há quem, tendo-a metida
num cofre até às mais fundas raízes,
simule não ter pele, quando
de facto ela não está
senão um pouco atrasada em relação ao coração.
com ele porém não era assim.
a pele ia imitando o céu como podia.
pequena, solitária, era uma pele metida
consigo mesma e que servia
de poço, onde além de água ele procura protecção.
o céu
assoam-se-me à alma, quem
como eu traz desfraldado o coração sabe o que querem
dizer estas palavras.
a pele serve de céu ao coração.
trazer o coração desfraldado. ora aí está.
ao investigar um bocadinho, não só me recordei de que o seu espírito e o seu corpo um dia observaram as mesmas serras que serviram de esteio à minha infância e juventude (beira alta), como reparei na profusão das palavras 'coração' e 'pele' na sua poesia.
se repararem - e reclamo modéstia absoluta - no meu post imediatamente abaixo, verificam a curiosa presença dessas duas exactas palavras.
que nos diz luis miguel nava ? coisas assim:
retrato
a pele era o que de mais solitário havia no seu corpo.
há quem, tendo-a metida
num cofre até às mais fundas raízes,
simule não ter pele, quando
de facto ela não está
senão um pouco atrasada em relação ao coração.
com ele porém não era assim.
a pele ia imitando o céu como podia.
pequena, solitária, era uma pele metida
consigo mesma e que servia
de poço, onde além de água ele procura protecção.
o céu
assoam-se-me à alma, quem
como eu traz desfraldado o coração sabe o que querem
dizer estas palavras.
a pele serve de céu ao coração.
trazer o coração desfraldado. ora aí está.
2 Comments:
há pessoas que "travam" o mesmo ar que respiram.
é um vício da alma.
neste poema denotado.
..............
beijos
A poesia do Nava tocava as raias do misticismo. Vou ler a tua escrita e comparar.
(Obrigado, gi)
Enviar um comentário
<< Home