da física dos materiais
tenho andado nos últimos meses num processo de reconstrução. normalmente, uma intervenção deste género não se faz sobre o que existe já; requer um desmantelamento, mais ou menos intenso, das estruturas de origem. digamos que é preciso dar consistência e harmonia e que isso só se consegue se olharmos para o objecto da intervenção com 'olhos de primeira vez'.
esta noite tive um sonho.
mas não um sonho qualquer. sonhei que estava no centro de um terramoto - físico, material. lembro-me bem dos detalhes e das sensações que se cruzam - dificilmente transportáveis para palavras -: vertigem, impotência, medo, angústia, num cocktail verdadeiramente radical.
o interessante do sonho é o seu poder metafórico e o seu sentido de oportunidade. por entre escombros e desolação - conheço agora as entranhas do meu prédio de uma perspectiva, como dizer, nunca antes racionalizada -, consegui escapar.
como não tenho feitio de herói e não vi nenhuma equipa de filmagens por ali, parece-me que escapei porque calhou ou porque tinha de ser. razões nos antípodas uma da outra, mas que, no fundo, conduziriam a um mesmo desfecho.
lembro-me, mas lembro-me mesmo, de pensar por onde andava tanta terra na cidade anterior; lembro-me, mas lembro-me mesmo, que não estava sózinho e que houve uma pessoa que me ajudou; lembro-me, mas lembro-me mesmo, que tudo o que tinha agora - nesse depois que se transformou num incontornável agora - era a roupa do corpo, uns quantos instrumentos básicos (sendo um uma lanterna) e.. um sentido de sobrevivência, uma absoluta focalização no presente-futuro (o passado sumira-se, por entre os edifícios descendentes).
foi só um sonho. e eu o sonhador. ou a coisa sonhada.
ou, se calhar, ambos.
esta noite tive um sonho.
mas não um sonho qualquer. sonhei que estava no centro de um terramoto - físico, material. lembro-me bem dos detalhes e das sensações que se cruzam - dificilmente transportáveis para palavras -: vertigem, impotência, medo, angústia, num cocktail verdadeiramente radical.
o interessante do sonho é o seu poder metafórico e o seu sentido de oportunidade. por entre escombros e desolação - conheço agora as entranhas do meu prédio de uma perspectiva, como dizer, nunca antes racionalizada -, consegui escapar.
como não tenho feitio de herói e não vi nenhuma equipa de filmagens por ali, parece-me que escapei porque calhou ou porque tinha de ser. razões nos antípodas uma da outra, mas que, no fundo, conduziriam a um mesmo desfecho.
lembro-me, mas lembro-me mesmo, de pensar por onde andava tanta terra na cidade anterior; lembro-me, mas lembro-me mesmo, que não estava sózinho e que houve uma pessoa que me ajudou; lembro-me, mas lembro-me mesmo, que tudo o que tinha agora - nesse depois que se transformou num incontornável agora - era a roupa do corpo, uns quantos instrumentos básicos (sendo um uma lanterna) e.. um sentido de sobrevivência, uma absoluta focalização no presente-futuro (o passado sumira-se, por entre os edifícios descendentes).
foi só um sonho. e eu o sonhador. ou a coisa sonhada.
ou, se calhar, ambos.
1 Comments:
Quem me dera recoradar-me dos meus sonhos...gostava imenso. Este teu sonho...bem, de certeza que já sonhei coisa assim! terramotos e tal, oh, de certeza.
Abraço
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