05 fevereiro 2007

vale a pena: ver

http://www.littlechildrenmovie.com

a propósito:

'Chega hoje às salas um dos mais impressionantes filmes do recente cinema americano. Impressionante em sentido literal — impressiona olhar, assim, para um mundo de rotinas e banalidades, nele acabando por descortinar os movimentos convulsivos dos desejos, as feridas vivas dos amores vividos, imaginados ou nunca revelados. Little Children — ou, segundo o infeliz título português, Pecados Íntimos — talvez se possa resumir como o labirinto de dois casais que, por assim dizer, se cruzam e decompõem através de um jogo em que a contemplação das crianças desempenha um papel fundamental.Todd Field (actor/realizador de quem víramos, em 2002, o também fabuloso In the Bedroom/Vidas Privadas) filma esse labirinto e as suas muitas formas de infantilização, incluindo, claro, as que os adultos adoptam para si próprios e para as suas relações. O seu trabalho consuma uma espécie de viragem "do avesso" do melodrama clássico: trata-se de filmar uma vida de regras e aceder às suas infinitas excepções. É, além do mais, um filme de actores em estado de graça (...): Kate Winslet e Patrick Wilson parecem habitar um universo surreal em que todos os afectos seriam transparentes — Little Children é um conto cruel sobre essa ilusão.'

joão lopes, in http://www.sound--vision.blogspot.com, quinta-feira, 1 de fevereiro

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o primeiro GRANDE filme visto por mim em 2007.
senti-me lá, encurralado como 'eles' - virado por dentro, sem dar por isso.
não há muitos filmes assim.
a suavidade letal, a banalidade letal. uma desalegria, como aquela chuva mansa que nos molha docemente, enquanto nos enregela e perfura os ossos.